23 de julho de 2011

gigante (adrian biniez, uruguai, 2009)

Gigante (2009) é um daqueles filmes singelos que conquista o público e crítica instantaneamente. De certa forma, relembra a época em que o cinema nada mais era do que um trabalho de contar uma história por imagens. Os diálogos no filme uruguaio são raros e quando aparecem não querem ser memoráveis, são falas do dia-a-dia dos personagens. São os atos dos envolvidos na trama que se sobressaem.

Dirigido pelo estreante em longas-metragens Adrian Biniez, Gigante é a história de uma paixão platônica, timidez e um pouco das dificuldades da vida dos uruguaios. Jara, o gigante do título, é um segurança grandalhão de um supermercado e seu trabalho consiste em vigiar as câmeras do local. Um dia se vê sorrindo ao se deparar com Julia, através das câmeras. Como um voyeur, ele inicia uma obsessão tamanha pela garota a ponto de usar de seu poder de vigilante para ajudá-la e até mesmo persegui-la, tudo em tom de romance.

A produção é como uma versão masculina e mais contida de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001), sem todo o excesso de informação visual, ao lidar com o tema do amor platônico. E tira de letra ao trazer o que o cinema uruguaio faz de melhor: o cotidiano e as dificuldades do país.